terça-feira, 21 de junho de 2011

Civilização Persa

Introdução

O termo Pérsia é originário de uma região do sul do Irã conhecida como Persis ou Parsa. Seu nome foi gradualmente utilizado pelos gregos clássicos e pelo mundo ocidental para ser aplicado a toda a planície iraniana. Entretanto, os próprios iranianos a denominaram durante muito tempo Irã, que significa, a ‘terra dos ários’. Em 1935, o governo solicitou a utilização do nome Irã em vez de Pérsia.

Primeiro Império

A planície iraniana foi ocupada por volta de 1500 a.C. por tribos árias, das quais a mais importante era a dos medos, que ocuparam a parte noroeste, e os parsas (persas). Estes foram dominados pelos medos até a ascensão ao trono persa, em 558 a.C., de Ciro o Grande, um Aquemênida. Este derrotou os governantes medos, conquistou o reino da Lídia, em 546 a.C., e o da Babilônia, em 539 a.C., tornando o Império Persa o poder dominante na região. Dario I subiu ao trono em 521 a.C., ampliou as fronteiras persas, reorganizou todo o império e esmagou a revolta dos jônios gregos. Suas forças foram derrotadas na batalha de Maratona, em 490 a.C. Seu filho Xerxes I também tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado na batalha naval de Salamina, em 480 a.C., assim como na batalha terrestre de Platea e na naval de Micala (ou Micale), em 479 a.C.


Este relevo em pedra representa Dario I, o Grande (à direita), e seu filho e sucessor, Xerxes I. Dario I governou o império persa de 521 a 486 a.C.

Durante o reinado de Artaxerxes I, segundo filho de Xerxes, os egípcios se rebelaram com a ajuda dos gregos. Embora a revolta fosse contida em 446 a.C., ela representou o primeiro ataque importante contra o Império Persa e o começo de sua decadência.

Alexandre Magno e os Selêucidas

Durante o século IV a.C., o império foi esfacelado em conseqüência de numerosas revoltas, mas o golpe final foi dado por Alexandre Magno, que anexou o Império Persa a seu domínio mediterrâneo depois de derrotar as tropas de Dario III numa série de batalhas, entre 334 e 331 a.C. À morte de Alexandre, em 323 a.C., seguiu-se uma longa luta, entre seus generais, pelo trono. O vencedor foi Seleuco I, que anexou o resto do antigo Império Persa a leste, até o rio Indo, assim como a Síria e a Ásia Menor. Desse modo, a Pérsia foi transformada numa unidade subordinada ao domínio dos Selêucidas, até que estes foram expulsos pelos partos, no século II a.C.

Os Sassânidas

Em 226 d.C., Ardachir I, rei vassalo persa, rebelou-se contra os partos, derrotando-os na batalha de Ormuz (224), e fundou uma nova dinastia persa, os Sassânidas. Instituiu o zoroastrismo religião oficial. Foi sucedido, em 240, por seu filho Sapor (ou Sahpur) I, que enfrentou duas guerras contra o Império Romano. Entre 260 e 263 perdeu as conquistas para Odenat, príncipe de Palmira e aliado de Roma. A guerra contra Roma foi retomada por Narsés, cujo exército foi aniquilado em 297. Sapor (ou Sahpur) II (reinando de 309 a 379) reconquistou os territórios perdidos.

O governante seguinte foi Yazdgard I, que reinou pacificamente de 399 a 420. Seu filho e sucessor, Bahram IV, declarou guerra a Roma em 420. Dois anos mais tarde, os romanos o derrotaram. Em 424 os persas cristãos declararam sua independência da Igreja ocidental.

No final do século V, a Pérsia foi atacada por um novo inimigo, os bárbaros heftalitas, ou ‘ hunos brancos’, que atacaram o rei persa Firuz (ou Peros) II, em 483, e durante alguns anos exigiram enormes tributos. Em 498, Kavad foi deposto por seu irmão ortodoxo Zamasp, mas, com a ajuda dos heftalitas, foi restaurado ao trono em 501. O filho e sucessor de Kavad, Cosroes I, teve êxito em suas guerras contra o imperador bizantino Justiniano I e estendeu seu domínio, tornando-se o mais poderoso de todos os reis Sassânidas. Seu neto, Cosroes II, iniciou uma longa guerra contra o imperador bizantino em 602 e, por volta de 616, havia conquistado praticamente todo o sudoeste da Ásia Menor e Egito.

O último rei Sassânida foi Yazdgard III, em cujo reinado (632-641) os árabes invadiram a Pérsia, destruíram toda a resistência, substituíram gradualmente o zoroastrismo pelo islamismo e incorporaram a Pérsia ao califado.

Persépolis (em grego, ‘cidade dos persas’), uma das antigas capitais da Pérsia; suas ruínas estão localizadas em Takht-i Jamshid, próximo a Sirâz, Irã. Denominada Parsa pelos persas, foi, desde o reinado de Dario I, no final do século VI a.C., residência dos reis Aquemênidas.


O local correspondente à antiga cidade de Persépolis guarda ruínas de diversos prédios monumentais. A imagem mostra a grande escada que leva ao Tripylon, cujas balaustradas têm esculturas em baixo-relevo que remontam ao século VI a.C.


As conquistas militares e a organização administrativa marcam a história dos persas.

Por Rainer Sousa

Localizados entre o golfo Pérsico e o mar Cáspio, os persas estabeleceram uma das mais expressivas civilizações da Antiguidade no território que hoje corresponde ao Irã. Por volta de 550 a.C., um príncipe chamado Ciro realizou a dominação do Reino da Média e, assim, iniciou a formação de um próspero reinado que durou cerca de vinte e cinco anos. Nesse tempo, este habilidoso imperador também conquistou o reino da Lídia, a Fenícia, a Síria, a Palestina, as regiões gregas da Ásia Menor e a Babilônia.
O processo de expansão inaugurado por Ciro foi restabelecido pela ação do imperador Dario, que dominou as planícies do rio Indo e a Trácia. Nesse momento, dada as grandes proporções assumidas pelo território persa, este mesmo imperador viabilizou a ordenação de uma geniosa reforma administrativa. Pelas mãos de Dario, os domínios persas foram divididos em satrápias, subdivisões do território a serem controladas por um sátrapa.
O sátrapa tinha a importante tarefa de organizar a arrecadação de impostos e contava com o auxílio de um secretário-geral e um comandante militar. Para resolver os constantes problemas oriundos da cobrança de impostos, Dario estipulou a criação de uma moeda única (dárico) e a construção de um eficiente conjunto de estradas. Por meio destas, um grupo de funcionários, conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”, fiscalizavam o volume de arrecadação de cada satrápia.
Essas ações garantiram o desenvolvimento de uma bem articulada economia baseada no comércio entre as várias cidades englobadas pelo império persa. Ao mesmo tempo, precisamos destacar que os padrões e regulamentos estabelecidos pelo próprio Estado foram responsáveis pela manutenção de um eficiente corpo administrativo e a realização de várias obras públicas. Somente após a derrota nas Guerras Médicas é que passamos a vislumbrar a desarticulação deste vasto império.
A vida religiosa da civilização persa atrai a curiosidade de muitas pessoas que se interessam pelos povos da Antiguidade Oriental. Seguidores dos ensinamentos do profeta Zoroastro, os persas possuem uma estrutura de pensamento religioso bastante próxima a de outras crenças, como o judaísmo e o cristianismo. Em suma, acreditam na oposição entre duas divindades (Mazda, o deus do Bem, e Arimã, o deus do Mal) e no fim dos tempos.
As manifestações artísticas persas foram visivelmente influenciadas pela esfera política. Em várias obras, monumentos e outras construções, há reproduções que homenageiam a vida e os importantes feitos dos reis. No campo arquitetônico, os palácios persas eram dotados por uma complexa gama de elementos de decoração e jardinagem. Segundo algumas pesquisas, os persas construíram alguns de seus palácios através da escavação de grandes rochas.

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