sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mundo interior

Muitas vezes nos sentimos presos por algo que ainda não temos certeza que existe ou que está acontecendo. Podemos sonhar acordados e ter a plena convicção de que é real. No mundo imaginário criamos castelos, de areia, de terra, de rocha, incrivelmente compactados sem a mínima noção de que aquilo tudo é apenas na nossa imaginação. Porquê? Seria uma alma sem destino, sem coragem pra seguir em frente? Imaginamos isto tudo como um mundo totalmente nosso, sem a possibilidade de nos conectarmos a outras pessoas. Apenas nosso mundo interior. Sentimos e desejamos algo que muitas vezes não está ao nosso alcançe e queremos que seja realidade. Mas, tudo isto não passa de apenas uma ilusão, um sonho, uma fantasia, e que para nós é algo inexplicável, incomparável, algo de bom que nos conforta, nos realiza, pelo menos para sanar nossos problemas mais íntimos. Por que somos assim? Por que nos perguntamos tanto ao invés de viver a vida com todas as possibilidades que ela nos oferece. Temos sentimentos belíssimos por pessoas maravilhosas que nem sequer sabem que existimos. Estamos aí presentes, ao seu lado, na sua vida, estamos vivos sem que eles o percebam, conversamos, assumimos tarefas juntos, temos atividades comuns, participamos dos mesmos grupos sociais. O que seria preciso dizer para que nos percebessem, para que entrassem em nossas almas e verificassem o imenso amor que sentimos por eles? Nossa alma clama por sinceridade, por um amor sem fronteiras, por um ser que está aí na nossa frente e que não se manifesta para nos dizer algo. Em um mundo misterioso vivemos e quem sabe um dia poderemos ter este enigma decifrado. Sabemos que podemos muito, mas que muito pouco sabemos do nosso eu interior. Podemos ter uma vida inteira  de sorrisos, de coisas boas pra viver, mas basta que tenhamos plena consciência de nosso agir diário. Muitos momentos impensados podem nos comprometer uma vida, basta então sermos mais racionais e deixarmos a emoção, a ilusão, o sonho, a fantasia de lado e viver plenamente a realidade. O que não podemos é apenas ter um mundo irreal, basta saber se este mundo irreal poderá se transformar em uma realidade palpável nem que seja para isto necessário sofrermos um bocado.
Cleonice - 22 de julho de 2011

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