sexta-feira, 26 de agosto de 2011


É o conjunto de plantas de uma região. Há vários tipos de vegetação, que se desenvolvem de acordo com os fatores climáticos – sobretudo umidade, temperatura e luz – fundamentais à realização de seus processos vitais. A maior diversidade de formações vegetais ocorre em regiões de baixa latitude (próximas do Equador), onde a chuva abundante, a alta temperatura e a luz intensas propiciam o aparecimento de milhares de espécies. À medida que se aproxima dos pólos, onde há escassez de luz e baixa temperatura, a variedade diminui.

Floresta tropical – Desenvolve-se nas baixas latitudes, em regiões quentes e úmidas. Possui folhas perenes e largas (latifoliadas), que absorvem mais energia solar. A cobertura vegetal é densa e contínua, com espécies que chegam a atingir até 60 m de altura. Com solos geralmente pobres, retiram seus nutrientes do húmus, formado da decomposição de galhos, troncos e folhas. Esse tipo de vegetação existe na maior parte da América do Sul, na América Central, no centro e no sul da África, em Madagáscar e no sul e sudeste da Ásia. A Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, no Brasil, são exemplos de floresta tropical.

Savana – Distribui-se pela faixa intertropical do planeta, também em baixas latitudes. As áreas mais úmidas, como a savana brasileira (chamada de cerrado), são formadas por plantas rasteiras e pequenas árvores, enquanto nas regiões mais secas predomina a vegetação espinhosa. A África tem mais de um terço do seu território coberto por savanas, que ocorrem também no norte da América Central, no nordeste e no centro-oeste da América do Sul, no sul da Ásia e no norte da Austrália.

Floresta temperada – Encontra-se nas latitudes médias, sobretudo no hemisfério norte. Possui espécies decíduas, ou seja, que perdem suas folhas durante o inverno para suportar a baixa temperatura e a sequidão. É uma floresta com árvores espaçadas e solo recoberto por gramíneas e contém bem menos espécies que as matas tropicais. As principais árvores são os carvalhos, os bordos e as faias. As florestas temperadas ocorrem no leste dos EUA, no centro da Europa, nas ilhas do Reino Unido, no nordeste da China, nas duas Coréias, no sul do Japão, no sudeste da África do Sul, no sul do Chile, na Nova Zelândia e no sudeste da Austrália.

Estepe – Vegetação típica de áreas de clima temperado continental, constituída, basicamente, de gramíneas. Recebe nomes diferentes nas regiões onde aparece: no sul da África, no leste da Europa, no centro da Ásia e no leste da Austrália chama-se estepe; no centro dos EUA e do Canadá, pradaria; na Argentina, pampa; e no Brasil, campo.

Floresta de coníferas – Ocupa áreas de alta latitude, onde prevalece o clima continental frio e polar, com temperatura baixa, inverno longo e rigoroso e verão curto. Entre as poucas espécies adaptadas a essas condições estão o pinheiro e o abeto. As árvores têm folhas em forma de agulha (aciculifoliadas) para não acumular neve. As maiores florestas de coníferas estão no Canadá e na Federação Russa, mas também há na Suécia, na Noruega e na Finlândia.

Tundra – Vegetação formada por musgos, líquens, bétulas e espécies herbáceas, que aparecem nos solos das regiões frias nos poucos meses de degelo. Predomina no extremo norte do hemisfério norte, em partes do Canadá, do Alasca (EUA), da Federação Russa, da Groenlândia e da Noruega.

Vegetação mediterrânea e de montanha – Na costa do mar Mediterrâneo e em pequenas regiões no oeste das Américas do Norte e do Sul, de clima semelhante, a vegetação típica é o maqui, formado por árvores pequenas (como oliveiras e sobreiros), moitas e arbustos (como murtas e urzes). Nos planaltos mais elevados – como a cordilheira dos Andes, na América do Sul, as Montanhas Rochosas, na América do Norte, e a cordilheira do Himalaia, na Ásia Central – a vegetação é escassa. Sobrevivem ervas e arbustos resistentes à hostilidade do clima.
Tipos de vegetação no Brasil
Mata Atlântica - É uma floresta de clima tropical, quente e úmido. Predomina na costa brasileira, onde planaltos e serras impedem a passagem da massa de ar, provocando chuva. Entre as florestas tropicais, é a que apresenta a maior biodiversidade por hectare do mundo, com espécies como ipê, quaresmeira, cedro, palmiteiro, canela e imbaúba. É a mais devastada das florestas brasileiras. Inicialmente estendia-se do litoral do Rio Grande do Norte ao de Santa Catarina. Os 7% restantes da mata original, que ocupava 1.290.692,4 km², encontram-se nas regiões Sul e Sudeste, preservados graças à presença da Serra do Mar, obstáculo à ação humana.
Caatinga - Ocupa a região do sertão nordestino, de clima semi-árido, o que corresponde, aproximadamente, à décima parte do território brasileiro. É composta de plantas xerófilas, próprias de clima seco, adaptadas à pouca quantidade de água: os espinhos das cactáceas, por exemplo, têm a função de diminuir sua transpiração. O solo da caatinga é fértil quando irrigado. Essas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. Por causa do baixo índice pluviométrico da região sertaneja, as plantas dependem de irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes.
Pantanal mato-grossense - É a maior planície inundável do mundo. Ocupa uma área de 150.000 km², englobando do sudoeste de Mato Grosso ao oeste de Mato Grosso do Sul até o Paraguai. Nessa formação podem ser identificadas três diferentes áreas: as alagadas, as periodicamente alagadas e as que não sofrem inundações. Nas áreas alagadas, a vegetação de gramíneas desenvolve-se no inverno e é usada para o gado bovino. Nas de eventuais alagamentos encontram-se, além de vegetação rasteira, arbustos e palmeiras como o buriti e o carandá. E nas que não sofrem inundações predominam os cerrados e, em pontos mais úmidos, espécies arbóreas da floresta tropical.
Cerrado - Formação típica de área tropical com duas estações marcadas, um inverno seco e um verão chuvoso. Sua área de ocorrência é o Brasil central. O solo, deficiente em nutrientes e com alta concentração de alumínio, dá à mata uma aparência seca. As plantas têm raízes capazes de retirar água e nutrientes do solo a mais de 15 m de profundidade. A vegetação caracteriza-se principalmente pela presença de pequenos arbustos e árvores retorcidas, com cortiça (casca) grossa e folhas recobertas por pêlos. Encontram-se, ainda, gramíneas e o cerradão, um tipo mais denso de cerrado que já abriga formações florestais.
Campos - Formados por herbáceas, gramíneas e pequenos arbustos, ocupam áreas descontínuas do país e possuem características diversas. São denominados campos limpos quando predominam as gramíneas. Se a estas se somam os arbustos, são denominados campos sujos. Quando ocupam áreas de altitude superior a 100 m são chamados de campos de altitude, como na Serra da Mantiqueira e no Planalto das Guianas. Já os campos da hiléia se referem às formações rasteiras que se encontram na Amazônia. Os campos meridionais, quase sem espécie arbustiva, como a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, são ocupados principalmente pela pecuária.
Mata de araucária - Própria do clima subtropical, é encontrada na Região Sul e em trechos do estado de São Paulo. É uma floresta aciculifoliada (folhas em forma de agulha, finas e alongadas) e tem na Araucaria angustifolia, ou pinheiro-do-paraná, a espécie dominante, cujo fruto é o pinhão. Atingem mais de 30 m de altura e possuem formação aberta, oferecendo certa facilidade à circulação. Seu principal produto, o pinho, tem ampla e variada aplicação econômica na indústria de móveis, na construção civil e na indústria de papel e celulose.
Mata de cocais - Situada entre a floresta amazônica e a caatinga, a mata de cocais está presente nos estados do Maranhão e do Piauí e norte do Tocantins. No lado oeste, onde a proximidade com o clima equatorial da Amazônia a torna mais úmida, é freqüente o babaçu: palmeiras que atingem de 15 a 20 m de altura. Dos cocos do babaçu extrai-se o óleo, muito utilizado pelas indústrias alimentícia e de cosméticos. No lado mais seco, a leste, predomina a carnaúba, que pode atingir até 20 m de altura. Das folhas da carnaúba é extraída a cera.
Mangue - É uma formação vegetal composta de arbustos e espécies arbóreas que ocorrem em áreas de lagunas e restingas ao longo de todo o litoral. Nessa formação vegetal predominam troncos finos e raízes aéreas e respiratórias (ou raízes-escora), adaptadas à salinidade e a solos pouco oxigenados. Por ser rico em matéria orgânica, tem papel muito importante na reprodução e no abrigo de espécies da fauna marinha.
Restinga - É uma vegetação própria de terrenos salinos, formada por ervas, arbustos e árvores. Predomina no litoral da Bahia ao Rio de Janeiro e no do Rio Grande do Sul. Os destaques são a aroeira-de-praia e o cajueiro.

O Brasil possui uma das mais ricas e variadas formações vegetais do planeta. Elas estão relacionadas aos diversos tipos de clima, relevos e solos existentes no país. A vegetação brasileira, de acordo com suas características, pode ser dividida em dez grandes grupos: floresta Amazônica, mata Atlântica (florestas costeiras), caatinga, pantanal mato-grossense, cerrado, campos, mata de araucária, mata de cocais, mangue e restinga.

Floresta Amazônica - Ocupa cerca de 40% do território brasileiro - em uma área que abrange a totalidade da Região Norte, o norte de Mato Grosso e o oeste do Maranhão -, estendendo-se ainda pelos países vizinhos (Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), além da Guiana Francesa. É uma floresta latifoliada (do latim lati, que significa "largo"), ou seja, com predominância de espécies vegetais de folhas largas. Com características próprias de clima equatorial, tipicamente quente e bastante úmido, é também conhecida como hiléia. Apresenta grande heterogeneidade de espécies animais e vegetais e caracteriza-se por três diferentes matas: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde à parte da floresta onde o solo se encontra inundado. Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúne espécies como liana, cipó, epífita, parasita e vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. Intermediárias entre os igapós e a terra firme, as espécies da mata de várzea têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios. As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Com solo seco, livre de inundação, as árvores podem chegar a 65 m de altura. O entrelaçamento de suas copas, em algumas regiões, impede quase totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o caucho e o guaraná. Os principais produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará.

Nenhum comentário: