Antártida
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Antártica ou Antártida
Este mapa usa
uma projeção
ortográfica. O Polo
Sul está próximo do centro, onde convergem as linhas longitudinais.
Área (Total)
(sem gelo)
(com gelo)
|
14 000 000 km2 (5 400 000 sq mi)1 280 000 km2 (100 000 sq mi) 13 720 000 km2 (5 300 000 sq mi) |
População
(permanente)
(não-permanente)
|
7.ª 0 aprox. 1000 |
Dependências
|
4[Expandir] |
Tratado
da Antártida 8[Expandir] |
|
Revindicações territoriais
não-oficiais
|
1[Expandir] |
Direito reservado de fazer
reivindicações
|
2[Expandir] |
Fuso horário
|
Nenhum UTC-3 (somente na Ilha Graham) |
Domínio
de topode internet
|
.aq |
Código telefônico
|
Depende do
país de cada base (um deles é o +672). |
A Antártica nota
1 ou Antártidanota
2 , do grego ανταρκτικως, antarktikos,
"oposto a ártico",
é o mais meridional dos continentes e
um dos menores, com umasuperfície de
catorze milhões de quilômetros
quadrados. Rodeia o polo
Sul, e por esse motivo está quase completamente coberta por enormes geleiras (glaciares),
exceção feita a algumas zonas de elevado aclive nas cadeias montanhosas e à
extremidade norte da península
Antártica. Sua formação se deu pela separação do antigo supercontinente Gondwana há
aproximadamente 100 milhões de anos e seu resfriamento aconteceu nos últimos 35
milhões de anos.8
É o continente
mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior indíce de ventos
fortes do planeta.1 A
temperatura mais baixa da Terra (-89,2 °C) foi registrada na Antártica,
sendo a temperatura média na costa, durante o verão, de apenas -10 °C; no
interior do continente, é de -40 °C.9 Muitos
autores o consideram um grande deserto
polar, pela baixa taxa de precipitação no
interior do continente.10 11 12 A
altitude média da Antártica é de aproximadamente 2000 metros.13 Ventanias
com velocidades de aproximadamente 100 km/h são comuns e podem durar vários
dias.9 Ventos
de até 320 km/h
já foram registrados na área costeira.12
Juridicamente, a
Antártica está sujeita ao Tratado
da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no
continente (Argentina, Austrália,Chile, França, Noruega, Nova
Zelândia e Reino
Unido) concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente
à exploração científica.14
Por esse motivo,
e pela dureza das condições
climáticas, não tem populaçãopermanente,
embora tenha uma população provisória de cientistas e pessoal de apoio nas
bases polares, que oscila entre mil (no inverno)
e quatro mil pessoas (no verão).1 Dois
destes assentamentos com uma população regular (incluindocrianças)
são Villa
Las Estrellas (do Chile)
e Base
Esperanza (da Argentina).15
Índice
[esconder]
·
11 Notas
História[editar]
Ver artigo principal: História
da Antártica
Como não há
povos nativos da Antártica, a sua história é a da sua exploração. É muito
provável que os povos de regiões próximas ao continente tenham sido os
primeiros a explorá-lo: os povos Aush da Terra
do Fogo, por exemplo, falam sobre o "país do gelo" e um chefe maori de
nome Ui-Te-Rangiora teria atingido a região em 650 d.C.16 17 No
entanto, esses povos não deixaram vestígios de sua presença.
As primeiras
expedições documentadas começam no século
XVI. Américo
Vespúciorelatou o registro visual de terras a 52°S.18 Várias
expedições aproximaram-se gradativamente do continente sem, no entanto, ter-se
a certeza de que se tratava realmente de um continente ou de um conjunto de
ilhas, até às expedições de James
Cook, o primeiro a circum-navegá-lo entre 1772 e 1775 sem
o avistar, devido à névoae
aos icebergs.17
A ocupação
humana propriamente dita começa na primeira metade do século
XIX, quando navios baleeiros chegavam
à região dasIlhas
Sandwich do Sul. Nesse período, James
Weddell e James
Clark Ross descobriram os mares que hoje levam seus nomes. Este último
fez uma viagem de exploração na
qual descobriu ainda a Ilha
de Ross, os montes Érebo e Terror e
a Terra
de Vitória, retornando em 1843.17 Realizados
em 1895 e 1889,
o sexto e o sétimo Congresso Internacional de Geografia, respectivamente, obtêm
relativo sucesso em seu chamado pela exploração do continente meridional,
firmando-se uma colaboração mútua de Grã-Bretanha e Alemanha para a exploração
científica da Antártica, resultando em diversas expedições ao continente com o
apoio e a participação de diferentes nações.19
A expedição
liderada pelo norueguêsRoald
Amundsen foi a primeira a atingir opolo
Sul em 1911-1912.
No início do século
XX, os exploradores se voltam para a conquista do polo
Sul. Ernest
Henry Shackleton organizou uma expedição em 20
de outubro de 1908,
sendo obrigado a retornar sem atingir o polo. Seguem-se a ele Roald
Amundsen e Robert
Falcon Scott em uma verdadeira corrida, pois partem com apenas duas
semanas de diferença em outubro de 1911 a partir da plataforma
de Ross. Amundsen atinge o poólo em 14
de dezembro de1911,
retornando em janeiro. O
grupo de Scott chega ao ponto em 17
de janeiro e encontra a bandeira
norueguesa. No caminho de volta, os cinco expedicionários morrem de fome eexaustão.17
Após a conquista
do polo, restava ainda a façanha de atravessar o continente de costa a costa.
Shackleton assumiu a tarefa na Expedição Imperial Transantártica, em 1914,
que não obteve sucesso por uma série de dificuldades, a primeira delas foi os
navios terem ficado presos no gelo e
afundado.20
Richard
Evelyn Byrd, explorador dos Estados Unidos, foi o primeiro a sobrevoar o
polo Sul 29
de novembro de 1929 após
o que conduziu diversas viagens de avião à Antártica nos anos
30 e nos anos
40.20 Ele
também realizou extensas pesquisas geológicas ebiológicas.
Atualmente, após o Tratado da Antártica, muitos países mantêm bases de pesquisa
permanente e a ocupação humana é constante.1
Geografia
Ver artigo principal: Geografia
da Antártica
Mapa do
continente antártico.
A maior parte do
continente austral está localizada ao sul do Círculo
Polar Antártico e circundada pelo oceano
Antártico. É a massa de terra mais meridional e compreende mais de 14
milhões de quilômetros quadrados, tornando-se o quinto maior continente. Sua
costa mede 17 968
quilômetros e é caracterizada por formações de gelo,1 como
mostra a tabela:
Tipos de costa
ao longo da Antártica (Drewry, 1983)
|
|
Tipo
|
Ocorrência
|
Plataforma
de gelo (gelo flutuante) |
44% |
Paredes de gelo (sobre o solo) |
38% |
Correntes de gelo (limite do gelo ou parede de gelo) |
13% |
Rocha |
5% |
Total
|
100% |
Fisicamente, ela
é dividida em duas partes pelos montes
Transantárticosperto do estreitamento entre o mar
de Ross e o mar
de Weddell: a Antártica Oriental, ou Maior, e a Antártica Ocidental, ou
Menor, porque correspondem aproximadamente aos hemisférios ocidental
e oriental em relação aomeridiano
de Greenwich.21
Aproximadamente
98% da Antártica está coberta por um manto
de gelo,1 que
possui em média dois quilômetros de
espessura, sendo 4.776
metros sua espessura máxima.22 Essa
cobertura de gelo tem um volume estimado em 25,4 milhões de quilômetros
cúbicos,13 contendo
70% de toda a água doce do planeta16 sendo
assim o continente de maior altitude média.
O gelo advindo do manto forma barreiras que se estendem para além da costa,
conhecidas como plataformas
de gelo, a maior das quais é a de Ross(com
800 km
de largura e estendendo-se por 1000 km em direção ao polo Sul).10 Os icebergs são
blocos de gelo flutuante formados pela neve, desprendidos das geleiras ou das
plataformas de gelo.23 Embora
a maior parte da massa continental da Antártica se encontre acima do nível do
mar, uma grande parte da pequena Antárctica
Ocidental encontra-se abaixo do nível do mar.10
Imagem colorida
da elevação e do relevo do continente.
Em grande parte
do interior do continente a precipitação média
anual fica entre 30 e 70 mm;16 em
algumas áreas de "gelo
azul" a precipitação é mais baixa do que a perda de massa pela sublimação e,
assim, o balanço local é negativo. Nos vales secos o mesmo efeito ocorre sobre
uma base de rochas,
conduzindo a uma paisagem esturricada.21
Abriga o polo
geográfico Sul do planeta, a 90º de latitude S, e o polo
magnético, cuja localização não é fixa. Apenas a península Antártida, com 1000 km de
extensão, não está sempre coberta por gelo. O relevo é marcado pelos montes
Transantárticos, prolongamento geológico dos Andes. Ela divide o continente
em Antártida
Oriental, complanícies, colinas baixas
e a geleira
Lambert (a maior do mundo), e Antártida
Ocidental, com arquipélagos ligados pela cobertura de gelo permanente. As
banquisas formadas por água do mar congelado se confunde com o contorno do
continente.21
A Antártica
Ocidental é coberta pela manto
de gelo da Antártica Ocidental. Este chamou atenção recentemente por causa
da possibilidade real de seu colapso. Se derretesse, o nível do mar
elevar-se-ia em vários metros em um curto espaço de tempo
geológico, talvez em questão de séculos.24 Diversos
fluxos de gelo antártico, que correspondem a aproximadamente 10% da cobertura
de gelo, correm para uma das muitas plataformas.
A Antártica tem
mais de 145 lagos que
se encontram sob a superfície de gelo continental.25 O lago
Vostok, descoberto abaixo daestação
Vostok em 1996,
é o maior deles. Acredita-se que o lago está selado pelo manto de gelo há 30
milhões de anos.26 Há
também alguns rios no continente, o maior dos quais é o rio
Onyx, com 30
quilômetros de extensão, que desagua no lago
Vanda a 75 metros
de profundidade.27
Relevo
Monte
Érebo, um vulcão ativo na ilha
de Ross.
Na Antártica
Oriental encontram-se os montes
Transantárticos (ou Cadeia Transantártica) que se estende por 4.800 quilômetros,
desde a Terra
de Vitória à Terra
de Coats. Na Ocidental está a Península Antártica, ao sul da qual se
encontram os montes
Ellsworth e omaciço
Vinson, ponto mais elevado do continente com 5140 metros.
Localizadas entre suas cordilheiras, há sete geleiras na
Antártica, das quais a maior é a Geleira
Byrd.
Embora seja lar
de muitos vulcões,
apenas uma cratera na ilha
Decepção e o monte
Éreboexpelem lava atualmente,
a primeira desde 1967.
O monte Érebo, de 4023
metros de altitude e localizado na Ilha
de Ross, é o vulcão ativo mais meridional do mundo. Pequenas erupções são
comuns e fluxos de lava foram observados em anos recentes.21
Clima
Ver artigo principal: Clima
da Antártica
A Antártica é o
continente mais frio e seco da Terra, um grande deserto.
A precipitação média anual fica entre 30 e 70 mm.16 Devido
à influência das correntes marítimas, as zonas costeiras apresentam
temperaturas mais amenas, com uma média anual de -10 °C(atingindo
valores entre 10 °C
no verão e -40 °C
no inverno). Por outro lado, no interior do continente, a média anual é -30 °C, com
temperaturas variando entre -30 °C
no verão até abaixo de -80 °C
no inverno. A menor temperatura do mundo, -89,2 °C, foi documentada na base
russa de Vostok, a aproximadamente 3.400 metros de
altitude no dia 21
de Julho de 1983.9
Antiga estação
de pesquisas soviética, localizada a 87,9 km e 243 km dos polos de
inacessibilidade da Antártica. A região onde se situam os dois polos
de inacessibilidade da Antártica é uma das áreas mais remotas e frias
da Terra. 28Nesta
estação se registra a temperatura média anual mais baixa do planeta, que é de
-58,2°C.29
No entanto, o
local mais frio da superfície terrestre, estima-se que seja a Cordilheira
A (ou Ridge A), que fica localizada nas seguintes
coordenadas: 81°
30′ S 73° 30′ E.30 31
Estima-se que
apesar dos seis meses de escuridão do inverno,
a incidência daenergia
solar no Pólo Sul seja semelhante à recebida anualmente no equador,
mas 75% dessa energia é refletida pela
superfície de gelo.16
A Antártica
Oriental é mais fria que a Ocidental por ser mais elevada. As massas
de ar raramente penetram muito no continente, deixando seu interior
frio e seco. O gelono
interior do continente dura muito tempo, apesar da falta de precipitação para
renová-lo. A queda de neve não
é rara no litoral,
onde já se registrou a queda de 1,22 metro em 48 horas. Também é um continente
com ventos fortes,
registrando-se ventos com velocidades superiores
a 200 km/h
na região costeira, sendo a média nestes locais de 100 km/h.9 No
interior, entretanto, as velocidades são tipicamente moderadas.32
A Antártica é
mais fria do que o Ártico por
dois motivos: em primeiro lugar, grande parte do continente está a mais de três
quilômetros acima do nível do mar. Em segundo lugar, a área do polo
Norte é coberta pelo oceano
Ártico e o relativo calor do oceano é transferido através do gelo,
impedindo que as temperaturas nas regiões árticas alcancem os extremos típicos
da superfície da terra no sul.33
Alguns eventos
climáticos são comuns na região. A aurora
austral, conhecida como "luzes do sul", é um brilho observado
durante a noite perto do Pólo Sul. Outro acontecimento é o pó
de diamante, neblina composta
de pequenos cristais de gelo. Forma-se geralmente sob céu limpo, por isso é
referido como precipitação de céu limpo. Falsos sóis, brilhos formados pela
reflexão da luz solar em cristais de gelo, conhecidos como parélio,
são uma manifestação óptica atmosférica comum.22
Flora
Aproximadamente
400 espécies delíquenes são
conhecidas na Antártida.
As principais
dificuldades para o crescimento dos vegetais na Antártica são os fortesventos,
a curta espessura do solo e a limitada quantidade de luz solar, durante o
inverno.
Por isso, a
variedade de espécies de plantas na superfície é limitada a plantas
"inferiores", como musgos e hepáticas.
Além disso há uma comunidade autotrófica,
formada porprotistas.
A flora continental consiste em líquens, briófitas, algas e fungos.
O crescimento e a reprodução ocorrem geralmente no verão.34
Há mais de 200
espécies de líquens e aproximadamente 50 espécies de briófitas,
tais como musgos. No continente existem 700 espécies de algas, a maioria das
quais forma ofitoplâncton.34 Diatomáceas e
algas da neve, algas microscópicas que crescem na neve e no gelo dando-lhes
coloração, são abundantes nas regiões costeiras durante o verão.35 Há
ainda duas espécies de plantas que florescem e são encontradas na Península
Antártica.34
Fauna
Pinguins-imperador na
ilha do Monte Nevado.
O krill é
muito importante para a maior parte das teias
alimentares, servindo de alimento para lulas,baleias, focas,
como a foca-leopardo, pinguins e
outras aves.36 As
aves mais comuns são os pinguins, os albatrozes e
os petréis.
No entanto, somente 13 espécies fazem seus ninhos em terra firme, geralmente no
litoral, e partem para regiões mais quentes no inverno. Enquanto todas as demais
migram, duas espécies de pinguim permanecem e migram para o interior: o pinguim-imperador,
a maior espécie, e o pinguim-de-adélia.37 Por
volta de abril, machos e fêmeas dos pinguins-imperador migram cem quilômetros
para o sul, as fêmeas voltam para o litoral para se alimentar, só voltando em
julho e os machos se agrupam para se aquecerem.38
A fauna dos
mares em torno da Antártica é bastante rica. É composta por uma miríade de
invertebrados como esponjas,39 anêmonas, estrelas-do-mar e ouriços-do-mar,40 anelídeos,crustáceos e moluscos e
entre os mais abundantes estão o isópode Glyptonotus
antarticus e o molusco Nacella
concinna, comum nas zonas costeiras. As condições ambientais afetam o
crescimento e a reprodução desses animais: eles se tornam maiores e crescem
mais lentamente, se reproduzindo de forma mais lenta em comparação com seus
congéneres de regiões quentes.10
Em regiões com
profundidade de cerca de 200
metros abaixo da camada de gelo e em plena escuridão,
acreditava-se que existiam apenas micróbios,
mas, conforme anúncio feito pela NASAem
16 de março de 2010, também podem ser encontrados o crustáceo Lyssianasid
amphipod e uma espécie de água-viva.41
A aprovação do Ato
de Conservação da Antártica trouxe severas restrições ao continente. A
introdução de plantas ou dos animais estrangeiros pode ser punida
criminalmente, bem como a retirada de qualquer espécie nativa.42 O
excesso de pesca do krill, de grande importância para o ecossistema local,
fez com que a pesca fosse regulamentada e controlada. A Convenção
para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, em
inglês), um tratado que entrou em vigor em 1980, requer que regulamentos sobre
o Oceano Antártico levem em conta os potenciais efeitos sobre todo o
ecossistema antártico. Apesar destes novos regulamentos, a pesca ilegal,
particularmente da merluza-negra,
continua sendo um sério problema. A pesca ilegal da merluza aumentou para cerca
de trinta e duas mil toneladas em 2000.43 44
Geologia
Há mais de 100
milhões de anos, a Antártica fazia parte da Gondwana.8 Ao
longo do tempo, a Gondwana dividiu-se e a Antártica como é conhecida hoje formou-se
por volta de 25 a
23 milhões de anos atrás, ao se separar da América
do Sul e tornar-se totalmente circundada pelo oceano
Antártico.10
Paleozoico
Ver artigo principal: Paleozoico
O monte
Herschel.
No período Cambriano,
entre 540 e 250 milhões de anos atrás, o clima na Gondwana era
ameno. A Antártica Ocidental estava parcialmente no Hemisfério
Norte, e durante este período grandes quantidades de arenito, calcário e xisto foram
depositados. A Antártica Oriental estava no Equador, onde invertebrados e trilobitas floresciam
no fundo dos marestropicais.
Por volta do início do período Devoniano (416
milhões de anos) a Gondwana estava em latitudes mais ao sul e o clima era mais
frio, embora sejam conhecidos fósseisde
plantas deste período. Areia e siltes assentaram-se
no que são agora os montes
Ellsworth, Horlick e Pensacola.
A glaciação começou no fim do período Devoniano (360 milhões de anos)
movendo-se em direção ao polo
Sul e o clima esfriou, embora ainda houvesse flora.
Durante o período Permiano, pteridófitas que
cresciam em pântanosdominavam
a paisagem.
Com o tempo estes pântanos transformaram-se em depósitos decarvão nos montes
Transantárticos. Um aquecimento contínuo ao fim do Permiano tornou o clima
quente e seco na maior parte da Gondwana.45
Mesozoico
Ver artigo principal: Mesozoico
Como resultado
do aquecimento contínuo, entre 250 e 65 milhões de anos atrás, a cobertura de
gelo polar derreteu e grande parte da Gondwana transformou-se em umdeserto.
Na Antártica Oriental pteridospermatophytas,
espécie de pteridófita atualmente extinta, tornaram-se comuns, e grandes
quantidades de arenito e de xisto assentaram-se. A península Antártica começou
a se formar durante o período Jurássico (entre
206 e 146 milhões de anos atrás), e as ilhas subantárticas emergiram
gradualmente do oceano.Nogueiras-do-japão e cicadáceas eram
abundantes durante este período, bem como répteis.
No período Cretáceo (entre
146 e 65 milhões de anos atrás), a Antártica Ocidental foi dominada por florestas de coníferas,
embora notofagáceas tenham
começado a dominar no fim deste período. Amonites eram
comuns nos mares em torno da Antártica, e também havia dinossauros,
embora somente duas espécies antárticas tenham sido encontradas até agora (Criolofossauro e Antarctopelta).
Foi durante esse período que a Gondwana começou a separar-se.45
Divisão da Gondwana
A África separou-se
da Antártica por volta de 160 milhões de anos atrás, seguida pela Índia no
início do Cretáceo (aproximadamente 125 milhões de anos). Há 65 milhões de
anos, a Antártica (ainda conectada a Austrália)
tinha um clima entre tropical e subtropical,
somado a uma fauna de marsupiais.
Há 40 milhões de anos atrás, a Austrália unida a Nova
Guiné separou-se da Antártica e o gelo começou a aparecer. Por volta
de 23 milhões de anos atrás, o surgimento da passagem
de Drake entre a Antártica e a América
do Sul resultou no aparecimento da Corrente
Circumpolar Antártica.10 O
gelo propagou-se, substituindo as florestas que cobriam o continente. O
continente está coberto de gelo desde 15 milhões de anos atrás.46
Geologia atual
A Antártica sem
sua cobertura de gelo. (Esse mapa não considera que o nível do mar e do
continente se elevariam pelo derretimento do gelo).
Os estudos
geológicos da Antártica foram dificultados pelo fato de quase todo o continente
ser coberto permanentemente por uma grossa camada de gelo. Entretanto, novas
técnicas como o sensoriamento
remoto começaram a revelar as estruturas por debaixo do gelo.47
Geologicamente,
a Antártica Ocidental assemelha-se aos Andes.45 A
península Antártica foi formada pela elevação e metamorfismo de
sedimentos do leito do mar durante o final da era Mesozóica.
Esta elevação de sedimentos foi acompanhada de intrusões ígneas evulcanismo.
As rochas mais comuns na Antártica Ocidental são o andesito e
o riolitoformadas
durante o período Jurássico.
Há evidências de vulcanismo,
mesmo depois da formação do manto de gelo, na Terra
de Marie Byrd e na ilha
de Alexandre. A única área atípica da Antártica Ocidental é a dos montes
Ellsworth, a região onde a estratigrafia é
mais parecida com a da parte oriental do continente.48
A Antártica
Oriental é geologicamente muito antiga, datando do pré-cambriano,
com algumas rochas formadas há mais de três mil milhões de anos atrás. É
formada por uma plataforma metamórfica e ígnea que
é a base do escudo
continental. Acima desta base estão várias rochas mais modernas, como
arenito, calcário, carvão e xisto depositadas durante os períodos Devoniano e
Jurássico para dar forma aos Montes Transantárcticos. Em áreas costeiras como a cordilheira
Shackleton e a Terra
de Vitória foram encontradas algumas falhas
geológicas.48
O principal
recurso mineral conhecido
no continente é o carvão.46 Inicialmente,
foi encontrado por Frank
Wild perto da geleira
Beardmore na expedição do Nimrod, e conhece-se a existência de carvão
de baixa qualidade em muitas partes dos montes Transantárticos. As montanhas
Príncipe Charles contêm depósitos significativos de minério
de ferro. Os recursos mais valiosos da Antártica, localizados ao largo do
continente, são campos petrolíferos e
de gás
natural, encontrados no mar de Ross em 1973.
A exploração de todos os recursos minerais está proibida pelo Protocolo
de Proteção Ambiental do Tratado da Antártica.49 Até
2048, tal proibição só poderá ser revogada ou alterada sob aprovação unânime
dos países consultores do Tratado da Antártica e após estabelecimento de um
regime legal para a atividade exploratória.50
Demografia
Ver artigo principal: Demografia
da Antárctica
Embora a
Antártica não tenha residentes permanentes, alguns governos mantêm estações de
pesquisa permanentes por todo o continente. A população de cientistas no
continente e nas ilhas subantárticas varia de aproximadamente quatro mil no
verão a mil no inverno. Muitas das estações de pesquisa mantêm pessoal durante
todo o ano.1
O Polo
Sul "cerimonial" localizado naEstação
Amundsen-Scott.
Os primeiros
habitantes semipermanentes das áreas subantárticas eram marinheiros daInglaterra e Estados
Unidos que costumavam passar um ano ou mais na Geórgia
do Sul, desde 1786.
Durante a era da caça
à baleia, que durou até 1966,
a população da ilha variava de mil no verão (ou dois mil em alguns anos) a
duzentas no inverno. A maioria dos baleeiros era norueguesa,
com crescente proporção de britânicos. Os povoados incluíamGrytviken, Leith
Harbour, Ponto
Rei Eduardo, Stromness
Harbour, Husvik
Harbour, Prince
Olav Harbour, Ocean
Harbour e Godthul.51
Os
administradores e outros oficiais encarregues das estações baleeiras muitas
vezes viviam junto com suas famílias. Entre eles estava o fundador de
Grytviken, o capitão Carl
Anton Larsen, um importante baleeiro norueguês e explorador que adotou a
cidadania britânica em 1910 junto
com a família. No entanto, após o fim da caça às baleias nadécada
de 1960, a população reduziu-se drasticamente para menos de cem pessoas.51
A primeira
criança nascida na região polar austral foi uma menina norueguesa, Solveig
Gunbjörg Jacobsen, na cidade de Grytviken em 8
de Outubro de 1913,
e seu nascimento foi registrado pelo magistrado britânico residente na ilha Geórgia
do Sul. Era filha de Fridthjof Jacobsen, administrador assistente da
estação baleeira, e de Klara Olette Jacobsen. Jacobsen chegou à ilha em 1904
para tornar-se o administrador de Grytviken, servindo de 1914 a 1921;
duas de suas crianças nasceram na ilha.51
Emilio Marcos de
Palma foi o primeiro a nascer no continente, na Base
Esperanza em 1978.
Seus pais haviam sido enviados para lá junto com sete outras famílias pelo
governo argentino para
determinar se a vida em família era possível no continente. Em 1984,
Juan Pablo Camacho nasceu na base de Presidente Eduardo Frei Montalva, sendo o
primeiro chileno nascido na Antártica. Diversas bases são agora lar de famílias
com crianças que vão a escolas em
estações.15 Em 2009,
mais onze crianças nasceram na Antárctica (ao sul do paralelo 60): oito em Base
Esperanza52 e
mais três em Base
Presidente Eduardo Frei Montalva.53
Política
Ver artigo principal: Tratado
da Antártida
Emblema do Tratado
da Antártida desde 2002.
Como único
continente inabitado, a Antártica não tem nenhum governo e não pertence a
nenhum país. Vários países reivindicam áreas, mas estas reivindicações não são
reconhecidas por outros. A área entre 90°W e 150°W é a única parte da Antártica
e da Terra não reivindicada por nenhum país.54
O Tratado
da Antártida é o documento assinado em 1
de Dezembro de 1959 pelos
países que reclamavam a posse de partes do continente da Antártica, em que se
comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a
liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação
internacional.14
Desde 1959,
as reivindicações na Antártica estão suspensas e o continente é considerado
politicamente neutro. Sua situação é regulada pelo Tratado da Antártica e por
outros acordos relacionados, chamados em seu conjunto de Sistema
do Tratado da Antártica.55Para
as finalidades do Sistema de Tratados, a Antártica é definida como toda a terra
e plataformas de gelo em torno dos 60°S. O tratado foi assinado por 12 países,
incluindo aUnião
Soviética e os Estados
Unidos. Ele transformou a Antártica em uma área de preservação científica, estabeleceu
a liberdade de investigação científica, a proteção ambiental e baniu exercícios
militares no continente. Este foi o primeiro acordo para o controlo de armas
estabelecido durante aGuerra
Fria.14
O Tratado da
Antártica proíbe quaisquer operações militares na Antártica, tais como o
estabelecimento de bases e de fortificações militares, a realização de manobras
militares, ou o teste de qualquer tipo de arma. Pessoal e equipamento militar
são permitidos apenas para pesquisa científica ou para outros propósitos
pacíficos.56 A
única operação militar em larga escala documentada foi aOperación
90, empreendida pelas forças armadas da Argentina57 dez
anos antes de estabelecido o Tratado.
Territórios
Ver artigo principal: Revindicações
territoriais da Antártida
Os seguintes
países possuem reivindicações territoriais na Antártica.21
Data
|
País
|
Território
|
Limites da reivindicação
|
Mapa
|
1908 |
Reino
Unido |
Território
Antártico Britânico |
20°W até 80°W |
|
1923 |
Nova
Zelândia |
Dependência
de Ross |
150°W até 160°E |
|
1924 |
França |
Terra
Adélia |
142°2'E até 136°11'E |
|
1929 |
Noruega |
Ilha
de Pedro I |
68°
50′ S 90° 35′ W |
|
1933 |
Australia |
Território
Antártico Australiano |
160°E até 142°2'E e 136°11'E até 44°38'E |
|
1939 |
Noruega |
Terra
da Rainha Maud |
44°38'E até 20°W |
|
1940 |
Chile |
Território
Antártico Chileno |
53°W até 90°W |
|
1943 |
Argentina |
Antártida
Argentina |
25°W até 74°W |
|
– |
Nenhum |
Território não reivindicado (Terra de Marie Byrd) |
90°W to 150°W (exceto Ilha Pedro I) |
|
As
reivindicações argentina, britânica e chilena sobrepõem-se. A Austrália tem
a maior reivindicação de território na Antártica (42% do continente).10 Os
Estados Unidos e a Rússia não reconhecem nenhuma reivindicação territorial na
Antártica, e reservaram-se o direito de fazer suas próprias reivindicações.10
Nenhuma das
reivindicações antárticas é reconhecida pela comunidade internacional. Nos
termos do Artigo IV do Tratado da Antártica, que regula as atividades humanas ao
sul do parelelo 60°S, nenhuma atividade durante a vigência do Tratado pode ser
considerada reconhecimento, reforço ou negação das reivindicações territoriais.14
A Alemanha
nazista também manteve uma reivindicação chamada Nova
Suábia, entre 1939 e 1945.
Ela estava situada entre 20°E e 10°W, sobrepondo a reivindicação da Noruega.10
Outros territórios considerados antárticos
Base antártica brasileira Comandante
Ferraz.
- Dependências
- Ilha Bouvet (Noruega)
- Ilha Heard e Ilhas McDonald (Austrália)
- Terras Austrais e Antárticas Francesasnota 3
- Outros territórios (parte integrante dos seus respectivos países)
- Ilhas Antípodas (Nova Zelândia)
- Ilhas Auckland (Nova Zelândia)
- Ilhas Bounty (Nova Zelândia)
- Ilhas Campbell (Nova Zelândia)
- Ilha Macquarie (Austrália)
- Ilhas do Príncipe Eduardo (África do Sul)
- Ilhas Snares (Nova Zelândia)
Países com bases na Antártica
Hoje, 29 países
possuem bases científicas na Antártica: África
do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Bélgica, Bulgária,Chile, China, Coreia
do Sul, Equador, Espanha, Estados
Unidos, Federação
Russa, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Nova
Zelândia, Noruega, Peru, Polônia, Reino
Unido, República
Checa, Romênia, Suécia, Ucrânia e Uruguai.1
Economia
Ainda que o carvão,
os hidrocarbonetos,
o minério
de ferro, a platina,
o cobre,
o crômio,
o níquel, ouro e
outros minerais tenham sido encontrados, eles existem em quantidades pequenas
demais para a exploração.1 O Protocolo
de Proteção Ambiental para o Tratado da Antártica (ou Protocolo de
Madri) de 1991 também
restringe disputas por recursos. Em 1998 estabeleceu-se
um compromisso pela proibição da mineração por 50 anos até o ano 2048, e
decidiram-se desenvolvimento econômico e exploração mais limitados.49A
atividade primária básica é a captura e comércio de peixe. A pesca antártica entre
2000 e 2001 chegou a 112 934 toneladas.1
O turismo em
pequena escala existe desde 1957 e
é atualmente auto-regulado pela Associação
Internacional das Operadoras de Turismo Antártico (IAATO, em inglês).
Entretanto, nem todas as embarcações uniram-se à IAATO.58 Muitos
navios transportam pessoas para locais turísticos específicos. Um total de 27
950 turistas visitou a Antártica no verão de 2004 a 2005,59 quase
todos vindos de navios comerciais. Esse número deverá aumentar para 80 mil em
2010.
Houve algumas
preocupações recentes sobre os efeitos ambientais causados pelo influxo de
visitantes. Ambientalistas e cientistas fizeram apelos por maiores restrições
aos navios e ao turismo.60 Sobrevôos
da Antártica (que não aterrissam) vindos da Austrália e Nova Zelândia eram
realizados até o acidente do vôo
901 da Air
New Zealand em 1979 no monte
Érebo, tendo sido recomeçados da Austrália na metade da década de 1990.58
Infraestrutura
Comunicação
Correios na
Antártica.
As comunicações
na Antártica já foram dificultadas pelo isolamento do continente, mas no
presente as comunicações por satélite possibilitam a conversação de cientistas
com suas famílias pela internet.
Embora não haja cabos telefónicos para o continente, os telefones via satélite
também são utilizados e os telefones convencionais são utilizados para
comunicações internas nas bases, aviões e navios da região. Há pelo menos uma
estação de televisão transmitindo no continente, para a Estação
McMurdo dos Estados Unidos, além de estações de rádio,
AM e FM, e de comunicação através de ondas
curtas como oradioamadorismo.1 O correio chega
à Antártica através de helicópteros e
navios.
Transportes
Os transportes
na Antártica evoluíram desde os trenós puxados
por cães na
época de Shackleton (o uso de cães foi banido pelo Protocolo de Madri,
retirados definitivamente do continente em 1994)12 aos
veículos motorizados atuais. Os meios
de transporte em áreas remotas como a Antártica têm que lidar com as
baixas temperaturas e os fortes ventos para garantir a segurança dos
passageiros. Devido à fragilidade do ecossistema antártico, poucos
deslocamentos podem ser feitos e a utilização de transportes sustentáveis é
necessária para minimizar os efeitos no espaço
ecológico.12 A
infra-estrutura em água, solo e ar precisa ser segura. Presentemente, milhares
de turistas e cientistas utilizam o sistema de transportes da Antártica.60
O transporte por
terra é feito a pé (por meio de esquis e
sapatos de neve) ou veículos (veículos motorizados como as motos
de neve,61 escavadeiras,62 e
trenós puxados por cães, no passado). A escassez e baixa qualidade das estradas
limitam as viagens por terra. Em geral, os veículos precisam estar adaptados
com [[Pneu|pneumáticos] mais grossos, correias como as dos carros
de combate ou correntes. O combustível deve ser diferenciado, para não
congelar com o frio extremo.63
Navio de
exploração na Antártica, "Ary Rongel" da Marinha
do Brasil.
Não há portos de
grande porte na Antártica. A maioria das estações costeiras possui apenas ancoradouros e
os suprimentos são transportados dos navios para a praia em pequenos barcos e helicópteros.
Poucas estações têm cais.
Todos os navios ancorados são submetidos à inspeção de acordo com o artigo sete
do Tratado da Antártica. As ancoragens costeiras são raras e intermitentes.1 Normalmente
é necessário que um navioquebra-gelo abra
caminho antes que outros navios possam navegar.
O transporte
aéreo é feito por meio de aviões e helicópteros (ver: aviação
polar). Os aviões precisam de esquis ou rodas para pousar. As pistas
de pouso e decolagem dos aviões e os heliportos têm
que ser mantidas livres de neve para
assegurar pousos e decolagens seguras. O continente tem 32 aeroportos, mas não
há aeroportos abertos ao acesso público ou instalações de pouso.1 Trinta
e sete estações operadas por dezesseis governos signatários do Tratado da
Antártica têm instalações de pouso para helicópteros. Empresas comerciais
operam ainda duas instalações aeroportuárias. Heliportos estão disponíveis em
27 estações. As pistas de pouso e decolagem em 15 locais são feitas decascalho, banquisas,
gelo azul ou neve compactada apropriados para pousos de aviões com pneus. As
pistas de pouso são em geral pequenas.1
Os aeroportos da
Antártica estão sujeitos a severas limitações por causa das condições
climáticas e geográficas. Eles não atendem aos padrões da Organização
da Aviação Civil Internacional e a aprovação das organizações
governamentais ou não-governamentais responsáveis é necessária antes do pouso.1
Pesquisas
Ver página anexa: Lista
de estações de pesquisas na Antártica
A Lua
cheia e 25 segundos de exposição permitiram a entrada de luz
suficiente nesta foto tirada na Estação
Pólo Sul Amundsen-Scott durante a longa noite antártica. A nova
estação pode ser vista no fundo à esquerda, a usina de energia no centro e a
antiga garagem no primeiro plano à direita.
Anualmente,
cientistas de 29 nações conduzem experimentos de
reprodução impossível em outros lugares do mundo. No verão mais de quatro mil
cientistas operam estações de pesquisa e este número diminui para quase mil no
inverno.1 A
estação McMurdo é capaz de abrigar mais de mil cientistas, visitantes e
turistas. Entre os cientistas, incluem-sebiólogos, geólogos, oceanógrafos, físicos, astrônomos, glaciólogos e meteorologistas.64Geólogos
estudam em geral o tectonismo das placas na
região Antártica, meteoritos do
espaço e vestígios do período da divisão da Gondwana; mais de nove mil
fragmentos de meteoritos já foram recolhidos na Antártida, dentre eles um
meteorito de 4 mil milhões de anos que, aparentemente, se desprendeu de Marte.65
Glaciólogos
ocupam-se com o estudo da história e da dinâmica do gelo flutuante, da neve,
das geleiras, e dos mantos de gelo.66 Já
os biólogos, além de estudar os animais selvagens, estão interessados em como
as baixas temperaturas e a presença dos seres humanos afetam a sobrevivência de
uma grande variedade de espécies. Médicos fizeram descobertas a respeito da
propagação de viroses e da resposta do corpo às temperaturas extremas.
Astrofísicos da Estação
Pólo Sul Amundsen-Scott podem estudar o céu e aradiação
cósmica de fundo em micro-ondas por causa do buraco na camada
de ozônio e do ambiente seco. O gelo antártico serve como meio de
proteção para o maior telescópio de
detecção de neutrinos do
mundo, construído dois quilômetros abaixo da estação Amundsen-Scott.67
Desde os anos
70 um foco importante de estudos tem sido a camada
de ozônio acima da Antártica. Em 1985,
três cientistas britânicos que trabalhavam com dados que haviam recolhido na Estação
Halley descobriram a existência de um buraco nessa camada. Em 1998,
informações de satélites da NASA mostraram
que o buraco na camada de ozônio era o maior desde que foi notado, cobrindo 27
milhões de quilômetros quadrados.68
Meteoritos
Os meteoritos que
caem na Antártida são uma importante área de estudo do material formado no
início do sistema
solar, acredita-se que a maioria são originários de asteroides,
mas alguns podem ter se originado de planetas maiores.
O primeiro meteoritos foram encontrados em 1912.
Em 1969,
uma expedição japonesa descobriu
nove meteoritos. A maioria desses meteoritos caíram sobre o manto
de gelo nos últimos milhões de anos. O movimento do manto de gelo
concentra os meteoritos locais inacessíveis, tais como cadeias de montanhas,
com a erosão
do vento trazendo-os para a superfície depois de séculos sob a neve
acumulada. Em comparação com meteoritos recolhidos em regiões mais temperadas
da Terra, os meteoritos antárticos são mais bem preservados.69
Esta grande
coleção de meteoritos permite uma melhor compreensão da abundância de tipos de
meteoritos no sistema solar e como os meteoritos se relacionam com asteróides e cometas.
Novos tipos de meteoritos e meteoros raros
foram encontrados. Entre eles estão peças originárias da Lua,
e provavelmente de Marte,
através de impactos. Esses espécimes, nomeadamente o ALH84001 descoberto
por ANSMET,
estão no centro da polêmica sobre possíveis evidências de vida
microbiana em
Marte. Como os meteoritos no espaço absorvem e registram aradiação
cósmica, o tempo decorrido desde que o meteorito atingiu a Terra pode
ser determinado a partir de estudos de laboratório. O tempo decorrido desde a
queda, idade ou residência terrestre de um meteorito representa mais informação
que pode ser útil em estudos ambientais das camadas de gelo da Antártica.69
Em 2006,
uma equipe de pesquisadores da Universidade
do Estado de Ohio usou medições de gravidade por
satélites GRACE daNASA para
descobrir os 480 km de
largura da Cratera
da Terra de Wilkes, que provavelmente se formou há cerca de 250 milhões de
anos.70
Erupção vulcânica
Em janeiro de
2008, cientistas da British
Antarctic Survey (BAS), liderados por Hugh Corr e David Vaughan,
relataram (na revistaNature
Geoscience) que há 2200 anos um vulcão entrou
em erupção sob
o manto de gelo da Antártida (com base no levantamento aéreo com imagens de radar).
A maior erupção na Antártida nos últimos 10000 anos, as cinzas vulcânicas foram
encontradas depositadas na superfície de gelo sob as montanhas
Hudson, perto do Glaciar
de Pine Island.71
Problemas ambientais
Depleção do ozônio
Ver artigo principal: Depleção
do ozônio
O buraco
na camada de ozônio(setembro de 2006).
A cada ano uma
grande área de baixa concentração de ozônio ou
"buraco
de ozônio" cresce sobre a Antártida. Este buraco abrange todo o
continente. Em 2008 houve o mais duradouro registro do buraco, que se manteve
até o final de dezembro.72 O
buraco foi detectado por cientistas em 198573 e
tendeu a aumentar ao longo dos seguintes anos de observação. O buraco de ozônio
é atribuído à emissão de clorofluorcarbonetos,
ou CFCs, para a atmosfera,
que decompõem a camada
de ozônio em outros gases.74
Alguns estudos
científicos sugerem que a depleção
do ozônio pode ter um papel preponderante nas mudanças
climáticas recentes na Antártida (e uma área maior doHemisfério
Sul).73 O
ozônio absorve grandes quantidades de radiação
ultravioleta naestratosfera.
A depleção do ozônio sobre a Antártida pode causar um resfriamento de cerca de
6 °C na
estratosfera local. Esse resfriamento tem o efeito de intensificar o fluxo de
ventos de oeste que todo o continente (o vórtice
polar) e, portanto, impede saída do ar frio próximo ao pólo sul. Como
resultado, a massa continental da camada de gelo do leste da Antártida recebe
temperaturas mais baixas, e as áreas periféricas da Antártica, em especial na península
Antártica, está sujeita a temperaturas mais elevadas, que promovem acelerado
derretimento.73 Os
modelos recentes também sugerem que o esgotamento de ozônio/efeito vórtice
polar reforçado também explica o aumento recente no gelo do mar perto da praia
do continente.75 No
entanto, o problema tem se reduzido ao passar dos anos, devido a proibição de
produtos com CFC.68
Efeitos do aquecimento global
Ver artigo principal: Aquecimento
global e Subida
do nível do mar
Tendência de
aquecimento entre 1957 - 2006
Algumas partes
da Antártica estão se aquecendo, um aquecimento particularmente forte foi notado
na península
Antártica. Um estudo realizado por Eric Steig publicado em 2009observou
pela primeira vez que a tendência da temperatura média da superfície da
Antártida é ligeiramente positiva em > 0,05 °C por
década entre 1957 e 2006.
Este estudo também observou que a Antártica
Ocidental foi aquecida em mais de 0,1 ° C por década nos últimos 50
anos e esse aquecimento é mais acentuado no inverno e
na primavera.
Isto é em parte compensado pela queda do resfriamento na Antártida
Oriental.76 Há
evidências de um estudo que a Antártica está se aquecendo como
resultado das emissões humanas de dióxido
de carbono.77 No
entanto, a pequena quantidade de aquecimento da superfície na Antártica
Ocidental não afeta diretamente a contribuição domanto
de gelo da Antárctida Ocidental para o nível
do mar. Em vez disso, acredita-se que os recentes aumentos no degelo
glaciar ocorreram devido a um influxo de água quente do oceano, ao largo da plataforma
continental.78 79 A
contribuição ao nível do mar a partir da península Antártica é mais provável
que seja um resultado direto de um aquecimento maior da atmosfera nessa região.80
Em 2003,
a Plataforma
de gelo Larsen-B na península Antártica entrou em colapso.81 Entre
28 de Fevereiro e 8 de março de 2008, cerca de 570 km² do da plataforma
de gelo Wilkins, na parte sudoeste da península, entrou em colapso,
colocando o restantes 15 mil km² da plataforma
de gelo em risco. O
gelo estava sendo retido por um "fio de gelo de cerca de 6 km de largura,82 83 antes
de seu colapso, em 5
de abril de 2009.84 85 Segundo
a NASA,
o mais difundido de derretimento antártico de superfície nos últimos 30 anos
ocorreu em 2005,
quando uma área de gelo de tamanho comparável ao estado da Califórnia derreteu
e recongelou brevemente, o que pode ter resultado do aumento das temperaturas
em 5 °C.86
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