A MIGRAÇÃO DE RETORNO NO BRASIL
As migrações
populacionais remontam aos tempos pré-históricos. Todos os anos, milhões
de pessoas em todo o mundo, migra do seu local de nascimento para outra
parte do planeta, seja dentro do seu próprio país (migração interna) ou
de um país para outro (migração externa ou internacional) à procura de
novos horizontes.
As razões que explicam as migrações são inúmeras (político-ideológicas, étnico-raciais, profissionais, econômicas, catástrofes naturais, entre outros), porém, predomina as migrações motivadas por questões econômicas.
Todo ato migratório apresenta causas repulsivas - quando o indivíduo é forçado a migrar -, e/ou atrativas - quando o indivíduo é atraído por um determinado lugar ou país.
Existem três variáveis
para se classificar os tipos de migrações: o espaço de deslocamento, o
tempo de permanência do migrante e como se deu a forma de migração.
Se for considerado o espaço de deslocamento do migrante, tem-se a migração internacional e a migração interna. A migração interna pode ser subdividida em:
Dentre as migrações internas no Brasil, destacam-se:
A migração de retorno
toma cada vez mais importância no contexto das migrações interestaduais,
face à nova dinâmica e padrões migratórios emergentes.
O fenômeno do retorno nordestino pode ser analisado, por um lado, numa ótica sociológica, pois representaria um retorno aos lugares de origem, onde a rede de relações e conhecimentos facilitaria sobreviver durante os anos de crise. Do ponto de vista econômico, o retorno pode estar ligado ao fato de que, durante a década 1980, o Nordeste teria manifestado sinais positivos, por meio de uma administração pública mais eficaz, a abertura de novas fontes de trabalho, entre outros, fatos estes que teriam contribuído para o retorno desses migrantes.
A região Sudeste do
Brasil, até o final do século XX, recebeu a maior quantidade de fluxos
migratórios do país, principalmente o estado de São Paulo, pelo fato de
fornecer maiores oportunidades de emprego em razão do processo de
industrialização.
Durante a década de 1990, o estado de São Paulo continuou a ser aquele que mais recebia migrantes de outros estados. Mas também havia se tornado o maior fornecedor de emigrantes para outros estados do país. Entre 1995 e 2000, entraram no estado de São Paulo cerca de 1,2 milhão de migrantes; entre 2000 e 2004, foram 832 mil, e entre 2004 e 2009, 535 mil. Nesse último intervalo, 588 mil pessoas deixaram São Paulo para se estabelecer em outra unidade da federação: pela primeira vez na história brasileira, São Paulo apresentava saldo migratório negativo.
Esse fato pode ser
parcialmente explicado por meio da chamada migração de retorno - a volta
de migrantes para seus estados de origem. Em 2009, metade dos migrantes
que chegaram aos estados do Piauí e da Paraíba era composta por
naturais desses estados, que haviam partido em busca de uma vida melhor,
mas acabaram retornando para seus estados de origem.
O destino dos que "voltam" é praticamente o mesmo da origem dos que "chegam".
Dentre os fatores que têm contribuído para a volta desses migrantes, estão:
De acordo com o Censo
do IBGE realizado em 2010, a migração de retorno do Sudeste para o
Nordeste começou a perder força. As regiões Norte e Centro-Oeste são as
principais áreas de atração populacional dos migrantes, não só
nordestinos, como também sulistas.
De acordo como esse Censo, o Distrito Federal, Rondônia, Roraima e Mato Grosso, são as unidades da Federação com os menores percentuais de residentes naturais. O principal fator que tem contribuído para a migração para esses estados, é o surgimento das fronteiras agrícolas, que, apesar de utilizarem pouca mão de obra e muita mecanização, têm atraído uma grande leva de trabalhadores em busca de novas oportunidades de vida.
As razões que explicam as migrações são inúmeras (político-ideológicas, étnico-raciais, profissionais, econômicas, catástrofes naturais, entre outros), porém, predomina as migrações motivadas por questões econômicas.
Todo ato migratório apresenta causas repulsivas - quando o indivíduo é forçado a migrar -, e/ou atrativas - quando o indivíduo é atraído por um determinado lugar ou país.
Imigrantes africanos detidos em Malta em 2009, quando tentavam entrar ilegalmente na Europa |
Se for considerado o espaço de deslocamento do migrante, tem-se a migração internacional e a migração interna. A migração interna pode ser subdividida em:
- Migração inter-regional: ocorre de uma região para outra.
- Migração intra-regional: ocorre dentro da mesmo região.
- Migração definitiva: ocorre quando a pessoa passa a residir permanentemente no local para o qual migrou.
- Migração temporária: ocorre quando o migrante reside apenas por um período pré-determinado no lugar para qual migrou.
- Migração espontânea: quando o sujeito planeja, espontaneamente, migrar do seu lugar de origem para outra região, seja por motivo econômico, político ou cultural.
- Migração forçada: quando o indivíduo se vê obrigado a migrar de seu lugar de origem, geralmente ocorrendo por catástrofes naturais.gindo da seca.
Um dos casos mais comuns de migração forçada no Brasil é a de nordestinos fugindo da seca |
- Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. Esse tipo de migração em geral tende a ser definitivo. As principais causas dele são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. O êxodo rural está ligado diretamente ao processo de urbanização.
- Êxodo urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Atualmente, é um tipo de migração muito incomum.
- Migração urbano-urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Esse tipo de migração é muito comum nos dias atuais.
- Migração sazonal: se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É um tipo de migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um certo período do ano e, posteriormente, volta alguns meses após. Esse movimento migratório também é chamado de transumância.
- Migração diária ou pendular: é a migração diária de pessoas de uma cidade para outra como o objetivo de trabalhar ou estudar. Geralmente, as pessoas saem pela manhã de casa e voltam no fim da tarde ou à noite. As cidades onde esses trabalhadores residem são chamadas de cidades-dormitório.
- Migração de retorno: ocorre quando o migrante saiu de sua região algumas décadas ou anos atrás e volta para sua região de origem.
O êxodo rural tem se tornado um grande problema no campo e nas cidades |
O fenômeno do retorno nordestino pode ser analisado, por um lado, numa ótica sociológica, pois representaria um retorno aos lugares de origem, onde a rede de relações e conhecimentos facilitaria sobreviver durante os anos de crise. Do ponto de vista econômico, o retorno pode estar ligado ao fato de que, durante a década 1980, o Nordeste teria manifestado sinais positivos, por meio de uma administração pública mais eficaz, a abertura de novas fontes de trabalho, entre outros, fatos estes que teriam contribuído para o retorno desses migrantes.
Os avanços econômicos da região Nordeste, tem contribuído para o retorno dos migrantes nordestinos à região |
Durante a década de 1990, o estado de São Paulo continuou a ser aquele que mais recebia migrantes de outros estados. Mas também havia se tornado o maior fornecedor de emigrantes para outros estados do país. Entre 1995 e 2000, entraram no estado de São Paulo cerca de 1,2 milhão de migrantes; entre 2000 e 2004, foram 832 mil, e entre 2004 e 2009, 535 mil. Nesse último intervalo, 588 mil pessoas deixaram São Paulo para se estabelecer em outra unidade da federação: pela primeira vez na história brasileira, São Paulo apresentava saldo migratório negativo.
Fluxo migratório entre 1960 e 1980 no Brasil |
Fluxo migratório no Brasil entre as décadas 1980-1990 |
Dentre os fatores que têm contribuído para a volta desses migrantes, estão:
- a decepção em não encontrarem a oportunidade desejada na região para qual migrou;
- o aumento da violência nos grandes centros urbanos (especialmente São Paulo e Rio de Janeiro);
- a melhoria das condições de vida nas áreas de origem de muitos migrantes, graças ao surgimento de novas tecnologias, como a agricultura irrigada, a informática, entre outras;
- muitos dos migrantes conseguem alcançar sucesso na região em que migrou e agora pretendem investir em sua terra de origem;
- a saturação do mercado de trabalho para a mão de obra não qualificada;
- muitos dos que migraram há algumas décadas, conseguiram a aposentadoria e agora querem desfrutar a tranquilidade na sua cidade de origem.
Fluxo migratório do Brasil a partir de 2000 |
De acordo como esse Censo, o Distrito Federal, Rondônia, Roraima e Mato Grosso, são as unidades da Federação com os menores percentuais de residentes naturais. O principal fator que tem contribuído para a migração para esses estados, é o surgimento das fronteiras agrícolas, que, apesar de utilizarem pouca mão de obra e muita mecanização, têm atraído uma grande leva de trabalhadores em busca de novas oportunidades de vida.
Fluxo migratório atual |
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