sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Canal de Suez

A importância do Canal de Suez
Livro Geografia crítica (José Willian Vesentini e Vânia Vlach)

O Canal de Suez é uma das vias marítimas mais importantes do mundo e um dos grandes focos da economia do Egito. É o eixo de união entre o Oriente e Ocidente (tem 163 km de extensão). Situado em terras do Egito, no istmo que une a África à Ásia.

Coube ao francês Ferdinand Lesseps a realização do projeto desse importante canal interoceânico que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo. A região faz parte da fossa africana em que se incluem as penínsulas do Sinai, circundadas pelos golfos de Suez e de Akaba, no Mar Vermelho.

A construção do Canal de Suez encurtou distâncias, sobretudo no sentido Europa - Extremo Oriente - Índia e vice-versa. Favoreceu o povoamento nas margens do Mar Vermelho e uniu a Europa agro-industrial aos grandes mercados de matérias-primas da Ásia, sobretudo o petróleo, dando vivacidade aos portos da Europa, Ásia e África, principalmente.

Em 25 de abril de 1859 o primeiro golpe de picareta foi dado por Lesseps, em Port Said, e em 27 de novembro de 1869 o canal foi inaugurado oficialmente pelo governador do Egito, Ismail Pacha.



O canal de Suez é o maior canal sem comportas e, desde o Mediterrâneo até ao Mar Vermelho, passa por três lagos. Ao norte o lago Manzala, depois o lago Timsah e ao sul os lagos Amargos.

Apesar de estar em solo egípcio e de ter sido construído por mão-de-obra egípcia, o canal de Suez pertenceu ao Reino Unido até 1956. Na verdade, esse canal foi construído com capital inglês e tecnologia francesa.

Durante mais ou menos um século, esse canal funcionou a todo o vapor, com grande circulação de navios. Dois fatores contribuíram para diminuir a sua importância:

- o grande porte dos navios modernos, tornando difícil sua passagem pelo canal;
- as guerras entre árabes (principalmente do Egito) e israelenses, que tornaram essa área insegura e extremamente militarizada.

Com uma largura de no máximo 120 m e uma profundidade de 11 m, o canal de Suez não permite que os gigantescos navios mercantes atuais - sobretudo os superpetroleiros, que carregam mais de 300 mil toneladas de carga (às vezes até 500 mil) - trafeguem por ele.

Além disso, a Guerra dos Seis Dias, em 1967, envolvendo Israel e Egito e alguns outros países árabes, tornou essa travessia perigosa. Isso porque, com a colocação de minas nessas águas pelos israelenses, qualquer navio que estivesse a serviço de algum país árabe, transportando petróleo, seria afundado como represália. Assim, a rota pelo oceano Índico, passando pela África do Sul, ou seja, pelo Cabo da Boa Esperança, voltou ser mais utilizada para trasnportar o petróleo do Oriente Médio, apesar de ser bem mais longa.

Nos últimos anos o Egito vem tentando reformar esse canal, tirando as minas que foram colocadas durante a guerra e ampliando seu leito.

A disputa pelo canal



Em 1888, a Convenção de Constantinopla definiu que o Canal de Suez deveria servir a embarcações de todos os países mesmo em tempos de guerra. Inglaterra e Egito assinaram, em 1936, um acordo que assegurava a presença militar do Reino Unido na região do canal por um período de 20 anos.

Com a retirada das tropas inglesas, em 1956, o presidente egípcio Gamal Nasser iniciou um conflito ao nacionalizar o canal e impedir a passagem de navios com a bandeira de Israel. Neste mesmo ano, com o auxílio do Reino Unido e da França, o exército israelense invadiu o Egito. Derrotado, mas contando com o apoio da ONU, dos EUA e da União Soviética, o Egito garantiu o controle sobre o canal. O preço do apoio foi a abertura do canal para a navegação internacional.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias (conflito entre Israel e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria), a passagem é novamente fechada. A partir de 1975 o Canal de Suez é reaberto para todas as nações do mundo

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